A regra canadense da coluna C para radiografia em pacientes com trauma em alerta e estável

Contexto: Existem altos níveis de variação e ineficiência na prática clínica atual quanto ao uso da radiografia de coluna cervical (coluna C) em pacientes com trauma em alerta e estável.

Objetivo: Obter uma regra de decisão clínica altamente sensível para detectar lesão aguda da coluna cervical e permitir que os médicos do departamento de emergência (DE) sejam mais seletivos no uso da radiografia em pacientes em estado de alerta e trauma estável.

Desenho: Estudo de coorte prospectivo realizado de outubro de 1996 a abril de 1999, no qual os médicos avaliaram pacientes para 20 achados clínicos padronizados antes da radiografia. Em alguns casos, um segundo médico realizou avaliações interobservadores independentes.

Cenário: Dez EDs em grandes hospitais comunitários e universitários canadenses.

Pacientes: Amostra de conveniência de 8924 adultos (idade média, 37 anos) que se apresentaram ao DE com traumatismo craniano/neve, sinais vitais estáveis, e uma Escala de Coma de Glasgow de 15.

Medida do resultado principal: Lesão clinicamente importante da coluna C, avaliada por radiografia simples, tomografia computadorizada e uma entrevista estruturada de seguimento por telefone. A regra de decisão clínica foi derivada utilizando o coeficiente kappa, análise de regressão logística e técnicas de partição recursiva do chi(2).

Resultados: Entre a amostra do estudo, 151 (1,7%) apresentaram importante lesão na coluna C. O modelo resultante e a regra canadense final da C-Spine compreende 3 questões principais: (1) existe algum fator de alto risco presente que exija radiografia (ou seja, idade >/=65 anos, mecanismo perigoso, ou parestesias nas extremidades)? (2) existe algum fator de baixo risco presente que permita uma avaliação segura do alcance do movimento (ou seja, colisão simples do veículo motor traseiro, posição sentada na DE, ambulatório a qualquer momento desde a lesão, atraso no início da dor no pescoço ou ausência de sensibilidade da linha média da coluna cervical)? e (3) o paciente é capaz de girar ativamente o pescoço 45 graus para a esquerda e para a direita? Pela validação cruzada, esta regra teve 100% de sensibilidade (intervalo de confiança de 95%, 98%-100%) e 42,5% de especificidade (IC 95%, 40%-44%) para identificar 151 lesões clinicamente importantes da coluna C. A taxa potencial de encomenda de radiografias seria de 58,2%.

Conclusão: Derivamos a regra canadense da coluna C, uma regra de decisão altamente sensível para o uso da radiografia da coluna C em pacientes com trauma de alerta e estável. Se validada prospectivamente em outros coortes, essa regra tem o potencial de reduzir significativamente a variação da prática e a ineficiência no uso da radiografia de coluna C na DE.

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