Dez. 16, 1999 (Urbana, Ill.) — Os pesquisadores podem finalmente ter encontrado um calcanhar de Achilles para algumas bactérias resistentes a antibióticos, e os resultados podem levar a uma nova classe de antibióticos que matam esses insetos perigosos, de acordo com os resultados divulgados na edição de 17 de dezembro da revista Science.
Baixas doses de um conservante alimentar chamado nisin Z matam bactérias ligando o componente da membrana celular e fazendo buracos na célula, e as bactérias parecem incapazes de desenvolver formas de se defenderem do medicamento da forma como às vezes defendem os antibióticos convencionais, dizem os autores.
Nisin Z, que é produzido por Lactococcus lactis, uma espécie de bactéria encontrada no leite e no queijo, tem sido usado como conservante alimentar há quase 50 anos. Isso porque mesmo baixas doses podem matar bactérias que contaminam os alimentos, e os pesquisadores sabem há muito tempo que são tohumans não tóxicos. Mas até recentemente, os pesquisadores sabiam pouco sobre como ele matava bactérias, diz o co-autor do estudo Eefjan Breukink, PhD, à WebMD. Breukink é pesquisador apóstata na Universidade de Utrecht, na Holanda.
Os pesquisadores estavam particularmente curiosos em saber por que a nisina Z era muito mais tóxica para bactérias do que outras moléculas com estruturas químicas similares. Nisina Z é membro de uma classe de moléculas chamadas peptídeos, que são pequenas proteínas-likemolecules. Nas últimas décadas, vários peptídeos tinham sido encontrados para matar bactérias, mas a nisina Z era muito mais potente do que outros peptídeos antibacterianos que tinham sido estudados, diz Breukink. “A verdadeira questão era por que a nisina Z é tão ativa em comparação com outros tipos”, diz ele.
Os pesquisadores já sabiam que a nisina Z formava buracos em membranas bacteriológicas, mas não sabiam como. Para descobrir, eles compararam o quão bem o nisinZ fez buracos nas membranas bacterianas em oposição às membranas artificiais. O nisin só funcionava bem em membranas verdadeiras, sugerindo que faltava um componente chave nas membranas artificiais, diz Breukink.
Que faltava um componente gorduroso chamado lipídio II. O autor mostrou que a nisina Z não pode se ligar a membranas e buracos de cutícula quando as membranas são tratadas com o potente antibiótico vancomicina, que bloqueia a nisina Z de se ligar ao lipídio II. “Essa foi a experiência chave”, Breukinksays.