O maior arrependimento de Cristiano Ronaldo.
O astro da Juventus, agora com 34 anos, teve uma carreira notável que permite que torcedores e especialistas o chamem de o maior de todos os tempos.
Depois de assinar pelo Manchester United como um adolescente precoce, ele passou para o superstardom com o Real Madrid e é reconhecido como um dos maiores nomes do desporto em todo o mundo.
Mas todo esse sucesso é tingido de tristeza quando reflecte sobre uma vida familiar conturbada com um pai alcoólico, que perdeu a sua ascensão meteórica.
O pai José Dinis Aveiro morreu em 2005 de insuficiência hepática, quando Ronaldo tinha apenas 20 – dois anos de carreira no Old Trafford.
E numa entrevista com Piers Morgan, ele rompeu em lágrimas quando questionado sobre a morte do seu pai.
“Eu realmente não conheço o meu pai a 100 por cento”, revela Ronaldo no ITV Cristiano Ronaldo Meets Piers Morgan.
“Ele era uma pessoa bêbada. Eu nunca falei com ele, como uma conversa normal. Foi difícil.
“Ser o número um e ele não vê nada, e ele não vê para receber prémios, para ver no que eu me tornei.”
VIDA DO SOLDADO
José Dinis Aveiro foi forçado ao serviço militar e travou uma guerra impopular para impedir que a colónia de Angola ganhasse a sua independência de Portugal.
Foi uma guerra que se perdeu, e na qual ele e os seus companheiros soldados viram atrocidades que deixaram uma mancha mental.
As condições de vida eram terríveis, enquanto os soldados ficaram meio famintos quando os mantimentos chegaram podres.
Avalo parado, a doença varreu o campo – muitos homens ficaram confinados a camas doentes sofrendo de malária, calafrios, tremores e febre, o que os deixou incapazes de se moverem durante semanas.
Os soldados viviam sobretudo de cerveja angolana, Cuca porque a água de um rio local não era segura para beber e era tão quente que não conseguia matar a sede.
Tudo isso teve um custo em Aveiro, que regressou a casa um homem destroçado depois de ter servido o seu país.
Uma NOVA VIDA
Após 13 meses em África, onde também lutou em Moçambique, Aveiro voltou para um Portugal que mal conhecia.
Porque a ditadura militar em que o país se encontrava tinha gasto tanto dinheiro na guerra, sofreu um horrendo colapso económico.
Não havia emprego na Madeira, e Aveiro não tinha dinheiro – comprava bebidas em bares por amigos que respeitavam o facto de ele ser veterinário do exército.
O amigo e companheiro soldado José Manuel Coelho disse à ESPN: “Fomos abandonados. Os veteranos de guerra não tinham dinheiro nem trabalho.
“Claro que quando vejo o Ronaldo, lembro-me do pai dele: Ele tinha problemas e não tinha nada para comer, por isso recorria à bebida.
“Os amigos dele pagavam-lhe bebidas. Ele não tinha dinheiro nenhum. Ele não comia bem”
KIT MAN
Aveiro tornou-se jardineiro, e depois complementou o seu rendimento assumindo o posto de homem de kits para Andorinha, uma equipa baseada no subúrbio do Funchal de Santo António.
Ele tinha a tarefa de arrumar os camarins e tinha de se certificar que todos os jogadores tinham os seus kits lavados.
Ele conseguiu o trabalho porque Ronaldo jogava pela equipa, mas o seu filho foi gozado pelos seus colegas de equipa porque o seu pai tinha um trabalho tão pobre.
No entanto, isso fez com que Ronaldo tivesse mais fome de sucesso, para mostrar àqueles que o gozavam que ele era indestrutível.
Aveiro também era frequentemente visto a beber num pequeno bar do clube à medida que as horas passavam.
GRIPPEDIDO PELO ALCOOLISMO
Após anos de bebedeiras pesadas e abusos, o corpo de Aveiro finalmente cedeu.
Em Setembro de 2005 faleceu em Londres por insuficiência hepática com apenas 51 anos.
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Ronaldo tinha tentado de tudo para manter o seu pai vivo, mas todo o dinheiro do mundo não conseguia parar o inevitável.
Ele estava ao lado de Aveiro quando morreu, e fez uma declaração de que ia ser o melhor futebolista do mundo.
Ronaldo nunca quebrou a sua promessa, e continuou a ganhar a Ballon d’Or cinco vezes.
Mas infelizmente, o seu pai nunca viu o seu espantoso sucesso.
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