O uso de formas não-farmacêuticas de Artemisia

Fundo

Hoje em dia, os tratamentos antimaláricos mais utilizados, as terapias combinadas à base de artemisinina (ACTs), são produzidos usando o composto de artemisinina pura extraída da planta Artemisia annua. Actualmente, todas as estirpes de paludismo a nível mundial podem ser tratadas com pelo menos um dos ACTs recomendados pela OMS.

No entanto, para as pessoas que vivem em zonas afectadas pelo paludismo, os ACTs nem sempre são facilmente acessíveis. Em alguns países, os medicamentos só estão disponíveis a preços elevados ou são de qualidade inferior à norma. Estes desafios deram origem à promoção de uma gama de produtos feitos de material vegetal Artemisia – tais como chás, comprimidos e cápsulas – como medicamentos acessíveis e eficazes contra a malária.

Remédios tradicionais à base de ervas têm várias limitações, especialmente quando usados para tratar doenças potencialmente fatais, tais como a malária. As principais limitações estão relacionadas à padronização do cultivo de plantas, a preparação de formulações, dosagens, garantia de qualidade e evidência de segurança e eficácia clínica.

Posição da OMS

Na sequência de uma extensa revisão de evidências sobre a eficácia das formas não-farmacêuticas de Artemísia, realizada em 2019, a OMS emitiu uma nova posição sobre este assunto com uma mensagem clara:

A OMS não apoia a promoção ou uso de material vegetal de Artemísia em qualquer forma para a prevenção ou tratamento da malária

Esta posição é baseada nas seguintes considerações:

  • O conteúdo dos remédios à base de plantas Artemisia para tratamento e prevenção do paludismo varia substancialmente
  • O conteúdo dos remédios à base de plantas Artemisia é frequentemente insuficiente para matar todos os parasitas da malária na corrente sanguínea de um paciente e para prevenir o recrudescimento
  • O uso generalizado da Artemisia annua Os remédios fitoterápicos poderiam acelerar o desenvolvimento e a propagação da resistência à artemisinina
  • A artemisinina, sob qualquer forma, não funciona bem como prevenção contra a malária
  • Tratamentos acessíveis e eficazes contra a malária estão disponíveis

A posição da OMS é explicada em detalhe no documento “The use of nonformas farmacêuticas de Artemisia,”publicado em Outubro de 2019.

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