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Questionário de Personalidade Eysenck (EPQ)
por Sarah Russin e David M Condon

O Questionário de Personalidade Eysenck (EPQ) é uma ferramenta de avaliação da personalidade tridimensional que foi precedida por uma medida bidimensional sobreposta chamada Inventário de Personalidade Eysenck (EPI). O EPI foi desenvolvido por Hans e Sybil Eysenck para medir as duas dimensões amplas de Extraversão-Introversão* e Neuroticismo-Estabilidade. Estas duas medidas de 24 itens foram complementadas por uma escala de 9 itens Lie, numa tentativa de se proteger contra várias preocupações sobre o estilo de resposta. Ambas as dimensões (Extraversão e Neurotismo) foram introduzidas (e desde então enfatizadas) como aspectos temperamentais da personalidade que são herdados e evidentes ao nascer (ou seja, não aprendidos).

O EPQ foi introduzido como uma revisão substancial do PAE em 1975 e uma outra revisão (incluindo os itens) foi publicada em 1985. O EPQ foi projetado para ser consistente com o modelo teórico de Hans Eysenck, que desde então passou a ser conhecido como o modelo P-E-N. Como sugerido por esta sigla, o EPQ introduziu uma terceira dimensão que mede o Psicótico. Itens da escala do Psicótico abordam traços como agressividade, assertividade, e ser egocêntrico, manipulador e antipático. Como observado por Porzio, parte dessa teoria do Psicótico vem do conhecimento de que “uma pessoa exibirá algumas qualidades comumente encontradas entre os psicóticos, e que ela pode ser mais suscetível, dados certos ambientes, a se tornar psicótica”. Algumas dessas tendências psicóticas podem incluir “imprudência, desprezo pelo senso comum, e/ou expressão emocional inadequada”

Uma segunda mudança importante diz respeito à operacionalização da Extraversão. As consequências desta importante mudança são avaliadas em detalhe por Rocklin & Revelle. Em essência, muitos dos itens de Extraversão no EPI foram descartados da escala de Extraversão no EPQ (e no EPQ-R), deixando apenas itens que se relacionam com a Sociabilidade. Esta diferença é notável na medida em que não avalia a proeminência da excitação como marca registrada do comportamento Extravertido.

O EPQ e o EPQ-R também diferem de muitos outros questionários de personalidade na medida em que usam opções de resposta “Sim” e “Não” em vez de uma escala do tipo Likert-de 5 ou 6 pontos. Os itens tomam a forma de perguntas como “Se você diz que vai fazer algo, você sempre cumpre sua promessa, não importa o quão inconveniente possa ser fazê-lo…” ou “Você frequentemente precisa de amigos compreensivos para animá-lo? Um estudo de confiabilidade realizado em 2001 relatou que as notas nas escalas Neuroticismo/Estabilidade e Extraversão/Introversão tendiam a ser mais confiáveis do que a escala de Psicótico. Vários pesquisadores notaram a necessidade de facetas mais definidas da escala de Psicótico e isso é apoiado pela relativa falta de consistência interna no Psicótico em comparação com Extraversão e Neurotismo

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Pés-de-pé:
* Antes de procurar a ortografia apropriada de ExtrOversion, não deixe de ler este maravilhoso post de Scott Barry Kaufman na Scientific American.

Eysenck, H. J. & Eysenck, S. B. G. (1968). Manual para o Inventário de Personalidades do Eysenck. San Diego: Educational and Industrial Testing Service.
Eysenck, H. J. & Eysenck, S. B. G. (1975). Manual para o Questionário de Personalidade Eysenck. San Diego: Serviço de testes educacionais e industriais.
Eysenck, S. B. G., Eysenck, H. J. & Barrett, P. (1985). Uma versão revista da escala do Psicótico. Personality and Individual Differences, 6(1), 21-29.
Eysenck, H. J. (1981). Um modelo de personalidade. Berlim: Springer-Verlag. Eysenck, H. J. (1991). Dimensões da personalidade: 16, 5 ou 3? – Critérios para um paradigma taxonómico. Personality and Individual Differences, 12(8), 773-790.
Porzio, S. K. (2004). Uma revisão crítica da teoria do psicótico de Eysenck e como ela se relaciona com a criatividade. Manuscrito não publicado.
Rocklin, T., & Revelle, W. R. (1981). A medida da Extraversão: Uma comparação do Inventário de Personalidade Eysenck e o Questionário de Personalidade Eysenck. British Journal of Social Psychology, 20, 279-284.
Caruso, J. C., Witkiewitz, K., Belcourt-Dittloff, A., & Gottlieb, J. D. (2001). Confiabilidade das notas do questionário de personalidade Eysenck: Um estudo de generalização da fiabilidade. Medição Educacional e Psicológica, 61(4), 675-689.

Esta página foi modificada pela última vez em 8 de dezembro de 2016.

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